sábado, 9 de março de 2024

ESCRITOR DA LIBERDADE - FERREIRA DE CASTRO

No âmbito da Comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, a Biblioteca Escolar João de Deus promove a rubrica Escritores da Liberdade.

No mês de fevereiro apresentamos uma exposição biobibliográfica sobre uma das figuras cimeiras da literatura portuguesa, o escritor Ferreira de Castro (1898 - 1974). Publica, em 1928, o romance Emigrantes e A Selva em 1930, acompanhados de estrondoso êxito internacional, onde a literatura portuguesa pouca expressão tinha. Seguir-se-á, a um ritmo regular, a publicação de outros romances: Eternidade (1933), Terra Fria (1934), A Tempestade (1940), A Lã e a Neve (1947). No período imediato ao pós-guerra, Ferreira de Castro torna-se um dos autores mais lidos em Portugal e no estrangeiro.

Nos anos cinquenta publica o romance A Curva da Estrada e, entre outras obras, a famosa novela A Missão. De 1968 data o romance O Instinto Supremo, onde o autor regressa, quase quatro décadas depois de A Selva, ficcionalmente à selva amazónica. 

A adesão à obra de Ferreira de Castro é indissociável da admiração que grande número de leitores votou à atitude de inflexível resistência do escritor, à sua determinação de não compactuar de qualquer modo com o regime, postura manifestada, por exemplo, na decisão de não colaborar com a imprensa portuguesa enquanto vigorasse o regime de censura, no facto de não permitir que nenhuma obra sua fosse adaptada a um cinema financiado pelo Estado ou na adesão a movimentos democráticos.

Recebeu, entre outras distinções, o Prémio Internacional Águia de Ouro do Festival do Livro de Nice e foi eleito, em 1962, presidente da Direção da Sociedade Portuguesa de Escritores. Ferreira de Castro foi, diversas vezes, proposto para o Prémio Nobel e, outras tantas, recusou sê-lo, em prol de outros escritores portugueses.





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