Ato Único
CIÚMES
No quarto de dormir, estão Carlos e
a sua namorada Joana sentados na cama, atrás deles está uma porta, um
bengaleiro no lado esquerdo da porta e no canto um armário enorme, com pósteres
de uma banda de rock muito conhecida. Eles estão a conversar)
CENA I
Carlos (mexendo no
telemóvel) - Ainda não percebi, o que é que o Pedro te disse ao ouvido?
Joana (nervosa,
pois apercebe-se que a conversa é séria) – Já te disse que me perguntou pela
resposta do exercício que estávamos a fazer.
(Joana além de loira e bonita era inteligente e os
colegas passavam a vida a perguntar-lhe as coisas)
Carlos – (gritou
Carlos, que era bruto e ciumento. Com a sua aparência de rapaz alto e forte,
metia medo à sua própria sombra.) - Ao ouvido? Era preciso colocar os
lábios dele no teu ouvido?
Joana
(encolhendo-se) – Não tenho culpa, com certeza não queria que a professora
ouvisse!
Carlos – Tu és
assim!!! Uma oferecida…. Queres namorar com todos!
Joana – Oh! Carlos,
não digas isso, só gosto de ti.
Carlos (enfurecido)
– Já sabes como resolvo isto! – (dá uma valente chapada na Joana, ouve-se o
som da chapada) – Ainda te arranco os cabelos e vais ficar feia, ninguém
mais vai gostar de ti, pois além de burra serás careca!
Joana – (grita e
começa a chorar)
CENA II
(A porta abre-se e aparece a mãe de Carlos, Joana
envergonhada sai de cena a correr e a chorar)
Carlos
(desculpando-se) – Não lhe fiz nada que não merecesse.
(D. Alice apesar de ser uma mulher pequena e magra,
quando “lhe chega a mostarda ao nariz”, transforma-se, e parece que “a casa vai
a baixo”.)
D. Alice – (gritando
disse) – Carlos, achas que não percebi que a rapariga tinha a cara vermelha e
estava a chorar?! Tu bateste-lhe! Atreveste-te a bater numa menina?! - (Carlos
esconde-se por trás da cadeira e prepara-se para o raspanete ou para uma grande
surra) – Vai a correr chamá-la e trá-la para cá. Vais pedir-lhe desculpa à
minha frente.
(Carlos sai de cena a correr)
CENA III
(Carlos traz a Joana pelo braço)
D. Alice – Como te chamas
menina?
Joana
(respondeu-lhe com medo e confusa) – Joana, Sra. Alice.
D. Alice – Pois bem
Joana, o Carlos quer pedir-te desculpa.
Carlos
(contrariado) – Sim é verdade, desculpa, não volto a fazer.
D. Alice – Claro que
não voltas a fazer, pois a Joana vai hoje mesmo deixar de namorar contigo,
Carlos! Num namoro nenhum dos dois deve sentir-se ameaçado ou forçado. Por
isso, quando um rapaz, quer seja meu filho ou não, agride uma menina como tu
Joana, ela nunca o deve perdoar. Pelo contrário, deve sair do namoro
rapidamente e se possível contar aos seus pais o que se passou e até mesmo
falar com o Apoio à Vítima.
Carlos (admirado
com as palavras da mãe e cheio de medo) – Oh mãe, eu sou teu filho!
Joana (mais
confiante) – D. Alice, obrigada pelos seus conselhos, acho que vou segui-los.
D. Alice – Conta
comigo, Joana, o Carlos vai ter o que merece. Uma bela chapada! – (e sem o
Carlos esperar, leva em cheio na cara).
(Carlos e D. Alice saem de cena, ficando apenas
Joana)
CENA IV
Joana (decidida e
motivada dirige-se ao público) - Se tu, aí, sofreres algum tipo de insulto ou
algum tipo de agressão fala com os teus pais, professores ou com as
autoridades. DIZ NÃO À VIOLÊNCIA. NÃO FIQUES CALADO!
Martim Minas Costa
6.º G, nº 16
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